Ainda que tenha sido dado um final feliz aos personagens em “Dias de um Futuro Esquecido”, a coisa não é tão simples como parece. O próprio Brian Singer insinuou isso em entrevista. Mas afinal, o que acontece? O que o filme modificou na cronologia da franquia original?
Ocorre que o último filme (“Dias de um Futuro Esquecido”) mostra que a trilogia clássica fatalmente levaria a um período no tempo em que os mutantes seriam eliminados do planeta (junto com a civilização). Esse mesmo raciocínio é utilizado em “X-Men: Primeira Classe”, caso nada fosse feito. No entanto, Professor Xavier e Magneto decidem que a única maneira de evitar tal destino é mudar o passado, se assegurando que houvesse a criação de uma nova linha temporal na qual essa tragédia não aconteceria. Como todos sabemos o escolhido para a tarefa foi o Wolverine, que ao retornar para casa, após concluída a missão, descobre que as coisas não estão do mesmo jeito que ele deixou.
Esse final foi chamado de muitas coisas, desde uma reviravolta brilhante a uma trapaça do diretor, desavenças à parte, digamos que era o final feliz necessário. Tudo voltou a ser como era antes na linha de tempo da trilogia clássica e Brian Singer tinha a chance de começar as coisas do zero, contando novas aventuras dos mutantes, fazendo uma espécie de reboot realmente inédito. Correto? Nem tanto.
Agora as coisas começam a ficar estranhas. Brian Singer, como dito no início deste texto, disse em entrevista que na verdade o desfecho do filme não está na cena final e sim em uma conversa sobre física quântica que ocorre bem mais cedo no próprio filme:
“O que aconteceria se “Dias de um Futuro Esquecido” [os eventos] fosse usado para apagar os três primeiros filmes dos X-Men? Sim você poderia apagar o que aconteceu nesses filmes, mas eu fui bem enfático sobre uma cena em que o Fera/Hank McCoy fala sobre a teoria da imutabilidade do tempo, porque isso define o que estou fazendo com este universo. Então o que será apagado? E o que não será? Isso faz algum sentido?”
Singer se refere a uma cena em que o Fera (Nicholas Hoult) está em uma sala cheia de aparelhos que gravam notícias de TV e rádio, mais precisamente em 1:30:12 no tempo decorrido do filme (sim, tivemos que rever essa parte), onde ele diz: “Uma teoria quântica diz que o tempo é imutável, como um rio. Jogue uma pedra, crie ondulações, mas a corrente se corrige. Não importa o que faça, o rio continua na mesma direção.”
Mas o que isso quer dizer? A nova linha do tempo e o final feliz realmente aconteceram?
Continua na parte 3...
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